segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A mulher na idade média

A participação e o lugar da mulher na História foram negligenciados pelos historiadores por muito tempo. Elas ficaram à sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel desta mulher, esse quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois alem do silêncio que encontramos nas fontes, os textos que muito raramente tratam o mundo feminino estão impregnados pela aversão dos religiosos da época por elas.
Na Idade Média, a maioria das idéias e de conceitos eram elaborados pelos Escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as mulheres deste período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe delas. Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a vida e curavam doenças utilizando ervas.
A história das mulheres na Idade Média é um tema que foi por muito tempo desprestigiado pelos historiadores, mas, atualmente, por ser rico e pródigo em possibilidades de estudo, vem atraindo a muitos estudiosos, inclusive de outras áreas, como teólogos e sociólogos.
Na Idade Média, a maioria das idéias e dos conceitos era elaborada pelos eclesiásticos. Esses homens possuíam acerca da mulher uma visão dicotômica, ou seja, ao mesmo tempo em que ela era tida como a culpada pelo Pecado Original, a Virgem Maria foi a mulher que deu ao mundo o salvador e redentor dos pecados. Mas, por que os clérigos tinham essas idéias sobre a mulher?
O conceito dicotômico feminino está presente no cristianismo desde de sua consolidação. Durante o período de sua afirmação como religião, o cristianismo sofreu um processo de cristalização baseado em um doutrina ascética e repressora, como reflexo das diversas ideologias presentes nos trezentos anos que levou para se estabelecer. A desconfiança sobre a carne, intrinsecamente ligada a figura feminina, e sobre o prazer sexual era encontrada nas filosofias platônica, aristotélica, estóica, pitagórica e gnóstica. Essas filosofias foram amplamente utilizadas pelos Pais da Igreja (João Crisóstomo, Jerônimo e Agostinho, dentre outros) para dar embasamento filosófico a doutrina cristã. 


A mulher na idade moderna

As mulheres não estavam satisfeitas com os resultados da segunda fase do feminismo – que reivindicava sobretudo a liberação sexual – em comparação com a primeira fase (voto, ensino, independência econômica). Precisamente em 2005, na Conferência Mundial da Mulher organizada pela ONU, alguns movimentos feministas começaram a postular e a louvar mais a diferença e a complementaridade do que a igualdade radical. É o neofeminismo.
O fato de que a mulher tenha se incorporado massivamente ao mercado de trabalho não quer dizer que todas devam ou desejem fazê-lo. Trata-se, pois, de gerar graus de flexibilidade nas estruturas sociais para que estas se adaptem à família e a suas necessidades, e não o contrário.
A legislação e algumas medidas tomadas parecem mais focadas em fomentar o ingresso das mães ao mercado de trabalho do que acrescentar um verdadeiro apoio à família, que permita escolher com liberdade entre permanecer em casa ou conciliar o trabalho do lar com outro externo.
Pouco a pouco está surgindo um novo feminismo integrador. É o feminismo da complementaridade, da cooperação com o marido em todos os âmbitos da vida familiar, cultural, empresarial e social – que requer um conjunto de mulheres aptas a ele, em postos chaves de decisão (legislativo, trabalhista, político e empresarial) e uma sensibilidade especial por parte do marido para entender essa realidade e apoiar essas mudanças.
Duas idéias-chave podem torná-la realidade: a mulher já está no mercado de trabalho e não o deixará, e a família é de ambos, homem e mulher, pai e mãe. 

A mulher na idade contemporânea

A mulher e a sua “mediocridade” na sociedade

Até ao século XX, altura em que ocorreu uma transformação na obstetrícia e o controlo da natalidade, as mulheres passavam grande parte das suas vidas grávidas.
A mulher era vista apenas como um utensílio que tinha como únicas utilidades: parir, criar e educar. O filósofo grego Platão considerava a natureza das mulheres inferior à dos homens, na “capacidade para a virtude”, a mulher era então vista por ele como um ser sem raciocínio, comparando-a até aos escravos.
Não tinham poder de escolha/decisão em nada nas suas vidas, nem o marido podiam escolher, limitando-se a serem escolhidas e até a serem passadas para outro se o marido assim o entendesse.
As suas obrigações eram venerar o marido, educar e criar os filhos, cuidar da casa e manter-se submissa ao seu marido.

Ano 20 – A era do jazz


Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz bandas e pelo charme das mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam no seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada “Era do Jazz”.
Anos – 30   Tempos de Crise
Diferentemente dos anos 20 do século XX, que havia destruído as formas femininas, os anos 30 redescobriram as formas do corpo da mulher, através de uma elegância refinada, sem grandes ousadias. 
Anos – 40 A Moda e a Guerra
Em 1940, a Segunda Guerra Mundial já havia começado na Europa. A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em Junho do mesmo ano, já não contava com todos os grandes nomes da alta costura e seus ateliers. Muitos estilistas mudaram-se, fecharam os seus ateliers ou mudaram-nos para outros países.
 Anos 50 – A época da Feminilidade
Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de tecidos, a mulher dos anos 50 tornou-se mais feminina e sedutora, de acordo com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e à altura dos tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias. 
Anos 60 – Prenúncio de liberdade da moda
A década de 60 é um marco de mudanças no comportamento da sociedade. Inicia -se com o sucesso do rock and roll e o rebolado frenético de Elvis Presley, o maior símbolo.
Anos 70 – Moda
Nos anos 70 moda, por sua vez, continuou revolucionária com muita experimentação de materiais, cores, formas e texturas. A estética hippie ganhou espaço com a psicadélica e atingiu o mainstream (algo "que faz sucesso", "que está na moda", "que é popular", "vendável" e "comercial").
Anos 80 -  o Exagero está no ar
Os anos 80 serão eternamente lembrados como uma década onde o exagero e a ostentação foram marcas registradas. Os seriados de televisão, como Dallas, mostravam mulheres glamourosas, cobertas com jóias e por todo o luxo que o dinheiro podia pagar.

Anos 90 – A diversidade estilosa


Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores.Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente.






As Grandes Mulheres



O cargo de Presidente da República foi sempre de um homem, o cargo de primeiro-ministro foi ocupado por 10 homens e apenas uma vez, em 1979, por uma mulher, Maria de Lurdes Pintassilgo (num Governo de iniciativa presidencial, durante um tempo determinado).
Maria de Lurdes Pintassilgo
Betty Friedan
Nascida, 4 de Fevereiro de 1921 em Peoria, de seu nome Betty Naomi Goldstein, era mais conhecida como Betty Friedan e foi uma importante activista feminista do sec. XX.Tendo participado em vários movimentos marxistas e judaicos, em 1963, foi publicado o livro por ela escrito, “The feminine Mystique”, que deu origem à segunda vaga de feminismo, visto que foi best-seller. O livro falava do papel da mulher na indústria e na sua função de dona de casa.
Foi umas das co-fundadoras da Organização Nacional das Mulheres, nos EUA, com Pauli Murray. 


Aung San Kyi
Filha de Aung San, herói nacional da independência da Birmânia, Suu Kyi nasceu a 19 de Junho de 1945 em Rngum. O seu pai morrera quando ela tinha apenas 2 anos.

Suu Kyi vivei em Londres e em 1988 regressou à Birmânia por altura da morte de sua mãe. O seu retorno à Birmânia, coincidiu com uma manifestação/revolta popular contra a repressão política e o declínio do país, que já se arrastava há 26 anos.
Passado pouco tempo, Suu Kyi, tornou-se líder do movimento de contestação contra o regime militar.O seu partido (Liga Nacional para a Democracia), obteve a vitória nas eleições de 1990, e como consequência, foi-lhe ordenado, pela junta militar que governava o país, que ficasse em prisão domiciliária. E assim ficou até 1995, ano em que a libertaram como sinal de abertura democrática dirigido à comunidade internacional. Apesar de estar em “liberdade”, as suas liberdades individuais continuam limitadas.Durante o seu período de prisão domiciliária, Suu Kyi ganhou o prémio Sakharov em 1990 e o Prémio Nobel da Paz, em 1991.

Golda Meir
Proveniente de uma humilde família judaica, Golda nasce em Kiev, a 3 de Maio de 1898. Emigrou com a família para Milwakee, E.U.A. , em 1906, onde foi professora primária e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.  Casou-se com Morris Myerson, e em 1921 emigrou, novamente, para a Palestina, onde se tornou membro do Kibbutz de Marnavia, do partido trabalhista Mapai e militou também no Histadruth (confederação Geral do Trabalho), passando a ser a sua representante no estrangeiro, entre 1932 e 1934, nos E.U.A. .

Foi também uma das fundadoras do Estado de Israel, que se dotou de instituições democráticas, onde existia uma câmara única - Knessel- e se fundaram vários partidos políticos.O Mapai, que já foi referido atrás, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em Julho de 1968, com o objectivo de formarem o Partido Trabalhista. Passado um ano, esse Partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo, assim, a Maarakh (Frente Operária) que funcionava como uma aliança eleitoral.

Golda foi nomeada embaixadora de Israel em Moscovo, pelo Primeiro-Ministro, David Ben Gurion.Após a morte do Presidente Levi Eshkol, 1969, Golda formou um governo, onde foi Primeira-Ministra de Israel (1969-1974).

Golda Meir, durante esse período, ignorou, as resoluções da ONU quanto à anexação israelita de Jerusalém oriental, e os acordos de paz com os regimes árabes. Ainda aplicou uma política de medidas extremas contra a OLP e contra todos os países que acolhessem os seus refugiados.Devido ao não seguimento dessas directrizes, a 6 de Outubro de 1973, iniciou-se a quarta guerra Israelo-árabe – “Guerra do Yom Kippur”. Devido à intervenção americana, Egípcios e Israelitas aceitam a 25 de Outubro de 1973 uma acordo de cessar-fogo.Golda Meir apresenta a sua demissão em Abril de 1974, devido às violentas críticas sobre a actuação na Guerra do Yom Kippur, e pelos baixos resultados obtidos nas eleições pelo Partido Trabalhista.Voltou ao mundo da política como dirigente do seu partido, a 5 de Março de 1976, e nesse mesmo ano publica a sua autobiografia, no livro “A minha vida”.Morre no dia 8 de Dezembro de 1978, em Jerusalém.
E hoje no Brasil
Temos a 1ª mulher presidente: Dilma Rousseff. O Brasil elegeu no dia 31 de outubro de 2010, a primeira mulher presidente da República. Dilma Rousseff venceu com 56,05% dos votos válidos.

BLOCH, H. Misoginia Medieval e a invenção do amor romântico ocidental. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995. p. 89 - 121.
 
  DUBY, G., PERROT, M. (dir.) História das Mulheres: a Idade Média. Porto: Afrontamento, 1990.
 
  PILOSU, M. A Mulher, a Luxúria e a Igreja na Idade Média. Lisboa: Estampa, 1995.